Mais três escolas da rede pública anunciaram a suspensão das aulas nesta segunda-feira (13), afetando centenas de alunos e famílias. Entre as unidades paralisadas estão o Centro de Educação Carlos José Gomes da Silva e o Centro Educacional Carmela Bonassi, que informaram a interrupção das atividades devido à falta de pagamento dos salários de funcionários terceirizados da empresa L. Corrêa, responsáveis pelos serviços de apoio e limpeza. Os trabalhadores estão há mais de dois meses sem receber.
O Centro de Educação Infantil O Pequeno Príncipe também suspendeu as aulas, alegando problemas administrativos.
Em nota, o SINSEPEAP (Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Amapá) criticou duramente a postura da Prefeitura de Macapá, classificando a situação como reflexo do abandono da gestão municipal com as escolas e seus profissionais.
“O descaso da prefeitura suja não apenas as escolas, mas a dignidade dos trabalhadores”, destacou o sindicato.
Enquanto a prefeitura atrasa o repasse para as empresas terceirizadas, quem paga o preço é a comunidade escolar. Sem auxiliares de limpeza e cozinha, muitas escolas têm funcionado de forma improvisada, com professores assumindo tarefas que não lhes competem — varrendo salas, lavando banheiros e limpando refeitórios.
A cena é absurda: educadores formados para ensinar sendo obrigados a suprir a omissão do poder público. Um claro caso de desvio de função e falta de respeito com a categoria.
A crise, no entanto, vai além da falta de pagamento. É uma crise de gestão, de responsabilidade e de humanidade. Enquanto a administração municipal mantém o silêncio e os trabalhadores seguem sem salário, o prejuízo recai sobre quem menos deveria sofrer: os alunos.
Até quando o prefeito de Macapá vai fingir que não vê?
Até quando a educação será tratada apenas como discurso em época de campanha?
Educação se faz com respeito, e respeito não combina com atraso, improviso e desvalorização.
OPINIÃO DO PORTAL

A crise na educação municipal de Macapá não é um simples problema administrativo — é o retrato de uma gestão que perdeu o senso de prioridade. Quando três escolas precisam fechar as portas por falta de pagamento aos trabalhadores terceirizados, não estamos falando apenas de burocracia atrasada, mas de vidas afetadas e do futuro de centenas de crianças colocado em segundo plano. É revoltante ver professores, que dedicam suas carreiras à formação de cidadãos, tendo que varrer salas e lavar banheiros por pura omissão do poder público. Essa cena é humilhante e simbólica: mostra que, para a atual administração, a educação parece ser apenas um número em planilhas, e não um compromisso real com o povo. O prefeito precisa entender que gestão pública não é marketing, é responsabilidade — e que a dignidade dos servidores e o aprendizado dos alunos não podem esperar por promessas vazias.
O que acontece hoje nas escolas de Macapá é consequência direta de uma falta de planejamento que já dura anos e que se repete com diferentes rostos no comando da prefeitura. Enquanto se cortam investimentos e se atrasam pagamentos, o discurso de valorização da educação continua ecoando em eventos e redes sociais, como se palavras bastassem para mascarar a realidade. Mas quem está dentro das escolas sabe: não há educação de qualidade onde há descaso, improviso e falta de respeito. A crise atual escancara a distância entre o que a prefeitura diz e o que realmente faz. E enquanto o prefeito insiste em ignorar os sinais, os alunos perdem aulas, os trabalhadores perdem renda e Macapá perde o futuro. É hora de tratar a educação como prioridade — e não como propaganda.
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